Ergonomia no trabalho – Ergonomia no trabalho

Segundo a Associação Portuguesa de Segurança, a ergonomia é a utilização do conhecimento científico no design de objetos, sistemas e tecnologias utilizadas pelos indivíduos, com vista a garantir a sua saúde e segurança e aumentar os níveis de produtividade. Resumidamente, a ergonomia é o estudo da relação entre o ser humano e as atividades por ele realizadas, sejam elas relacionadas com o trabalho, o lazer ou o desporto.

A ergonomia no trabalho, surge da necessidade de adaptação do espaço de trabalho às necessidades de cada pessoa, proporcionando conforto e prevenindo problemas de saúde físicos e mentais, relacionados com má postura e um ambiente menos favorável para a qualidade do trabalho.

No mundo laboral, devem existir quatro preocupações centrais no âmbito da ergonomia – a segurança, a saúde, a eficiência e a produtividade. Por isso, é importante perceber como aplicar boas práticas de ergonomia em cada um destes campos, de forma a harmonizar e potenciar a eficiência, diária e de longo prazo, do trabalho.

A falta de práticas de segurança é um fator que poderá levar os profissionais a afastarem-se das suas atividades, por esse motivo, os acidentes ou problemas de saúde provocados pelo trabalho deverão ser uma grande preocupação por parte das empresas.

Seja em profissões com maior exposição a riscos e maior exigência a nível físico, ou atividades mais administrativas, em que o trabalhador está sujeito a períodos prolongados numa posição sentada e em frente ao computador, a segurança deve ser adaptada a cada contexto, garantindo a minimização de lesões e impactos físicos de continuidade.

A vertente operacional da ergonomia, está orientada para estabilizar processos menos agressivos e mais focados em oferecer boas condições de trabalho, evitando a sobrecarga e projetando meios de atuação focados na produtividade.

Destacando as atividades administrativas, e direcionando para o desempenho de funções de escritório, ou mesmo em contexto de teletrabalho, para uma maior segurança, é necessário que estejam reunidas uma série de condições:

  • Regular a altura da cadeira e da secretária de forma que os joelhos, quadris e cotovelos formem um ângulo de 90⁰, assim como os pés, os antebraços e a coluna fiquem bem apoiados e as restantes partes do corpo fiquem alinhadas corretamente, relaxadas e sem esforço.
  • O ecrã deve estar corretamente posicionado, ao nível dos olhos, nem muito próximo, nem muito afastado (cerca de 40 a 75 centímetros dos olhos) e o rato deve ser manuseado de forma a não causar esforço no braço e, consequentemente, na coluna.
  • O espaço deve ser corretamente iluminado, preferencialmente com luz natural, idealmente numa posição em que a secretária fique perpendicular a uma janela e a luz não incida diretamente no monitor, de forma a minimizar os danos e cansaço causados na visão. No caso de ser utilizada luz artificial, é recomendada a luz branca, pois estimula a concentração.
  • O ambiente deve estar limpo e organizado, de forma a potenciar a produtividade, diminuindo a probabilidade de desconcentração e de desconforto, assim como manter o espaço ventilado, proporcionando a renovação do ar.
  • Fazer intervalos ao longo do dia é também um fator bastante importante, principalmente para trabalhadores em home office, permitindo ao cérebro, realizar uma pausa nas atividades monótonas; ao corpo, fazer uma reativação dos músculos ao longo do dia; e à visão, um descanso dos dispositivos eletrónicos.
  • Exercitar o corpo e fazer alongamentos, antes de iniciar o dia de trabalho e no final do mesmo, de modo a fortalecer os músculos, principalmente da zona das costas e pescoço, podendo ter um impacto na correção da postura ao longo do dia e na diminuição das dores musculares.

Algumas das principais consequências relacionadas com o impacto que a falta da ergonomia no trabalho pode ter na saúde dos trabalhadores podem ser:

  • Dores de costas e pescoço
  • Cefaleias
  • Fadiga
  • Problemas de visão
  • Lesões, devido ao esforço contínuo
  • Tendinites, relacionadas com a utilização dos dispositivos eletrónicos
  • Postura incorreta, o que leva a problemas de coluna
  • Falta de energia

Não sendo só a saúde física que está em jogo, podem também surgir problemas ao nível de saúde mental, como stress, ansiedade, e em casos mais extremos, depressão, que colocam em ação a ergonomia cognitiva, aliando-se à gestão de emoções e conflitos dentro das empresas.

Para além dos benefícios que a ergonomia no trabalho traz para os trabalhadores, existem também benefícios para as próprias empresas:

  • Valorização profissional – apesar de não ser sempre uma prioridade, é importante para garantir que os profissionais estão saudáveis e felizes no trabalho. Assim, manter as condições ideais e favoráveis para a realização do seu trabalho, permite às empresas gerar um impacto positivo nos colaboradores, demonstrando interesse, preocupação e valorização.
  • Redução de faltas e afastamentos – pode aumentar a rotatividade de colaboradores, proporcionando uma queda no índice de produtividade da empresa. Tende a acontecer devido aos problemas de saúde que surgem aquando da falta de práticas de ergonomia, e podem ser evitados contornando essa ausência. 
  • Aumento da satisfação dos seus trabalhadores e, consequentemente, da sua produtividade e eficiência. 

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