Como descodificar os rótulos das embalagens

Na hora de ir às compras, é imperativo que faça e traga as melhores opções, tendo em vista as opções alimentares mais adequadas e ajustadas a si e à sua família. Quando vamos ao supermercado ou a uma mercearia, por exemplo, escolhemos os produtos que já conhecemos, com base na marca e gamas de produtos ou simplesmente porque alguém nos aconselhou, mas não temos em consideração os nutrientes que estão descritos nos rótulos das embalagens.

A escolha por um estilo de vida mais saudável veio fomentar uma maior consciencialização sobre aquilo que comemos, no entanto, nem sempre o que vemos é a realidade dos produtos. Isto porque, por vezes, quando nos deparamos com os produtos que têm a designação de ‘light’ nem sempre se mostram a melhor opção. Pode significar que naquela gama de produtos alimentares é a versão ‘light’ relativamente à original, mas pode conter inúmeros nutrientes a evitar, tais como derivados com alto teor de açúcar, sal e gorduras saturadas etc.

Em 2017 a Direção-Geral da Saúde (DGS), requisitou um estudo, onde referia que 50% dos portugueses lê os rótulos para ver a informação relativa aos prazos de validade, instruções de uso e a avaliação nutricional, mas 40% dos mesmos não têm a literacia para descodificar a informação presente nos rótulos.

Nesta medida, a DGS lançou um descodificador de rótulos, ou seja, um cartão que pode ser consultado no momento de decisão.

Os produtos sólidos são avaliados por cada 100 gramas e os líquidos por cada 100 mililitros. É através dessa quantidade que são medidos os níveis de gordura, açúcar e sal dos alimentos. Por exemplo, por cada cem gramas de alimento, é aceitável que chegue até às três gramas de gordura, 5 gramas de açúcar e 0,3 gramas de sal. Já quando os valores ultrapassam os 17,5 gramas de gordura, os 22,5 de açúcar ou os 1,5 gramas de sal, os valores já aparecem a vermelho.

Fonte: Direção-Geral da Saúde (DGS)

Os produtos alimentares que aparecem em primeiro lugar na lista de ingredientes são aqueles que têm maior uso, em termos de quantidade, estando distribuídos por ordem decrescente. Significa que se o açúcar ou sal aparecer primeiro, precisa de ter esse artigo em atenção.

O prazo de validade, a lista de ingredientes, e as condições de consideração são aspetos a ter em conta. 

Veja como interpretar a informação 

– Analise a lista de ingredientes – na lista, os ingredientes estão dispostos por ordem decrescente, em termos de quantidade utilizada  ;
– Atente à presença de alergénios – se tem alergias, restrições ou intolerâncias alimentares deve ter atenção;
– Evite artigos que contenham aditivos alimentares – são os ingredientes com a denominação começada com o “E” e seguida por três algarismos, por exemplo “E399”;
– Reduza o consumo de produtos que contenham diferentes formas de açúcar – alguns produtos indicam “sem adição de açúcar”, significa que no fabrico não foram adicionados açúcares, mas podem conter açúcares naturais dos alimentos;
– Diminua o consumo de alimentos ricos em sal;
– Modere o consumo de alimentos que contenham gordura;
– Compare os rótulos de produtos da mesma categoria – pode usar o quadro acima para o ajudar, opte por artigos em que os nutrientes se encontrem na categoria verde, modere aqueles com nutrientes na categoria amarela e tente evitar os que estão na categoria vermelha.

A grande incógnita é “traduzir” a informação nutricional que pode ser apresentada por abordagens diferentes:
Informação Nutricional completa – inclui os dados energéticos, nutrientes principais, ácidos gordos saturados, colesterol, vitaminas e minerais, teores em açúcar, e fibras alimentares;
Informação Nutricional simples – valor energético, teor em proteínas, hidratos de carbono ou glícidos, lípidos e gorduras;
Informação Nutricional baseada em Valores Diários de Referência (VDR) – tem por base valores resultantes de estudos científicos.

A solução passa por tornar os rótulos dos alimentos esteticamente e visualmente mais apelativos e mais rápidos de descodificar pelo consumidor comum.

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